Além dos fantásticos timbres de pianos acústicos, muito tem se comentado sobre a capacidade espetacular que os teclados Nord possuem de “emular” as características reais de instrumentos vintages, tanto no som, como também no comportamento dos controles, dando ao músico a sensação de estar utilizando o instrumento original.
Esse é o caso por exemplo, do ÓRGÃO HAMMOND (o Nord é reconhecido como o melhor *clonewheel do mercado), o SYNCLAVIER, FENDER RHODES, MELLOTRON, MINIMOOG, entre outros. No entanto, quem foram essas lendas? Procurei resumir neste post um breve histórico de alguns, e separei exemplos musicais para ficar fácil de identificar.
Espero que gostem:
1. O MELLOTRON
Embora não seja tão famoso quanto os outros teclados desta lista, o Mellotron é talvez o teclado mais interessante, por ser o “pai” dos samplers atuais. Sim, sampler, mas no início dos anos 60, as amostras eram gravadas analogicamente em fitas magnéticas. Ao pressionar uma tecla, um tecladista estava na realidade acionando o “play” em uma fita de, digamos, um coro ou uma seção de violino. Assim, cada uma das teclas acionava sua própria fita magnética de 8 segundo.
O Mellotron não chegou a se popularizar. Além de apresentar defeitos constantemente e perder qualidade (já que tocar uma fita cassete de 8 segundos repetidamente em um loop por horas a fio, rapidamente gerava arranhões e ruidos), a utilização de fitas magnéticas, assim como fitas cassete, caiu em desuso.
Mas foi um dos teclados mais musicais de todos os tempos. Seu som é inconfundível. O quarteto de flauta de “Strawberry Fields Forever”, dos Beatle, é um exemplo clássico do som do Mellotron. As cordas exuberantes de “Nights in White Satin” de Moody Blues, também não são reais! Bem, tecnicamente são, mas foram gravadas inicialmente como amostras e depois reproduzidas no Mellotron.
Ouça também “And You and I” do Yes, e “The Rain Song” de Led Zeppelin, para conferir outros clássicos gravados com Mellotron.
2. O ÓRGÃO HAMMOND
Originalmente destinado a igrejas, a linha de órgãos Hammond, inventado por Laurens Hammond em 1934 e fabricado pela Hammond Organ Company, tornou-se muito popular nos anos 60 e 70, com bandas de rock e blues, especialmente o Hammond B3. Independente de conhecer ou não o Hammond, você definitivamente já ouviu o seu som lendário.
O Hammond é um desses instrumentos que possui a capacidade de definir completamente algumas músicas, como é o caso de “Gimme Some Lovin” de Steve Winwood. Sons como “A Whiter Shade of Pale” de Procol Harum, não seria o mesmo sem aquela maravilhosa progressão de acordes feita em um Hammond.
Na verdade poderíamos desperdiçar parágrafos e parágrafos enumerando canções gravadas com Hammond, pois talvez de cada 10 sons de órgão gravados na segunda metade do século XX, 9 são de Hammond ou de seus clones.
“Órgão Clonewheel” é um jargão utilizado para se referir a um instrumento musical eletrônico que simula (ou “clona”) o som dos órgãos baseados em tonewheel eletromecânicos, anteriormente fabricados pela Hammond.
3. O MINIMOOG
Muito tem sido escrito e falado sobre Bob Moog e o seu primeiro sintetizador portátil da história. O Minimoog, embora monofônico, revolucionou a produção musical, abrindo espaço para uma nova era de sons texturizados e eletrônicos, marcando sobretudo gêneros como o Rock progressivo nos anos 60 e 70, o POP e a música eletrônica. Foi também um dos primeiros teclados com a roda de modulação e o pitch-bend, agora onipresentes.
Um dos meus exemplos favoritos do clássico Minimoog é o solo de “Shine on You Crazy Diamond”, de Pink Floyd
4 – O FENDER RHODES
Harold Rhodes era um professor de piano antes de ingressar na Força Aérea do Exército durante a Segunda Guerra Mundial. Foi lá que ele foi convidado a fornecer terapia musical para os feridos e acabou inventando um pequeno teclado, utilizando tubos de alumínio das asas dos bombardeiros B-17.
Ao longo dos anos 70 e 80, o som do piano Rhodes se tornaria constante em dezenas de baladas sentimentais, funks, jazz, rock, e até na Bossa-Nova brasileira. Os tubos criavam um som agradável, e as sessões de terapia Rhodes se tornaram conhecidas, e logo ele começou a fabricar uma versão maior e com novas melhorias.
Posteriormente, o projeto foi comprado pela Fender, e por isso as pessoas passaram a chamá-lo de Fender Rhodes.
O Rhodes foi usado e abusado em álbuns como “Light as a Feather” de Chick Corea, “Silent Way e Bitches Brew” de Miles Davis, e na maioria dos álbuns de Herbie Hancock. Foi praticamente um padrão no Jazz-fusion. Cesar Camargo Mariano abrasileirou o som do Rhodes no Álbum Elis & Tom, e vários outros artistas o incorporaram também em produções nacionais.
Outros exemplos clássicos: “Just the Way You Are” de Billy Joel e “Angela” de Bob James.
5 – Farfisa feita em Ancona, Itália
A Farfisa começou a fabricar órgãos eletrônicos em 1964. A Distribuição nos EUA foi feita pelo Chicago Musical Instrument Co, que também era dono de Gibson, e os instrumentos foram originalmente conhecidos como órgãos CMI quando introduzido pela primeira vez.
Ao contrário de outros órgãos combos, tais como o Vox Continental, os órgãos Farfisa tinham as “pernas” integrados, que podiam ser dobradas para cima e armazenados dentro de sua base. Os primeiros modelos a serem produzidos foram a série Compact de órgãos entre 1964 e 1968. Os FASA (Farfisa All-Silicon transistorizados) foram lançados em 1968 na NAMM show, e a produção da série Profissional aconteceu mais ou menos ao mesmo tempo. A Produção de combos terminou no final de 1970 quando os sintetizadores haviam se tornado mais comuns.
Detalhe: O Som de Farfisa na página da Wikipédia foi em realidade amostrados em um Nord Stage.
Um dos primeiros organistas de rock que tocaram e destacaram o Farfisa foi Domingo Zamudio, mais conhecido como “Sam the Sham”, do grupo Os Faraós. Depois muitos outros vieram. A versão 1967 do “Second Best” pelo The Sponge Household apresenta um Farfisa Compact, interpretado por Geoff Wright. Pedra Sly de Sly and the Family Stone tocaram com um Farfisa em 1969 no Woodstock Festival, e também John Paul Jones do Led Zeppelin utilizou um Farfisa em “Dancing Days” de Houses of the Holy.
6 – Vox Continental
Uma lenda que o som já fala mais do que qualquer palavra. O instrumento ficou fortemente associado com Rock & Roll dos anos 1960, pois foi usado por artistas como Alan Price do The Animals, Mike Smith do The Dave Clark Five e Ray Manzarek do The Doors. Canções famosas que caracterizam a Vox Continental incluem: (*entre vários outros)
- “House of the Rising Sun” (1964) by The Animals
- “Because” (1964) by The Dave Clark Five
- “California Sun” (1964) by The Rivieras
- “She’s About a Mover” (1965) by the Sir Douglas Quintet
- “Pushin’ Too Hard” (1965) by The Seeds
- “Woman” (1965) by The Zombies
- “I’m Down” (1965) by The Beatles
- “96 Tears” (1966) by Question Mark and the Mysterians
- “I’m a Believer” (1966) by The Monkees
- “Hungry” (1966) by Paul Revere and The Raiders
- “(We Ain’t Got) Nothin’ Yet” (1966) by the Blues Magoos
- “Working My Way Back to You” (1966) by The Four Seasons
- “If You Gotta Go, Go Now” and “Absolutely Sweet Marie” (1966) by Bob Dylan, who also played the Connie on the 1979 tour for his album Slow Train Coming
- “Light My Fire” and “The Crystal Ship” (1967) by The Doors
- “The Rains Came” (1966) and “Mendocino” (1968) by the Sir Douglas Quintet
- “Sister Ray” (1968) by The Velvet Underground
- “In-A-Gadda-Da-Vida” (1968) by Iron Butterfly
- “Don’t Do Me Like That” (1979) by Tom Petty and the Heartbreakers
- “Some of My Lies Are True (Sooner or Later)” and “Don’t Ever Tell Me That You Love Me” (1980) by Huey Lewis and the News
- “Why Does the Sun Shine? (The Sun Is a Mass of Incandescent Gas)” (1993) by They Might Be Giants
- “Budapest” (2014) by George Ezra[2]
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Vox_Continental
Utilizem os comentários para dar mais dicas sobre esse tema e comentar outras lendas que a Nord nos oferece.
Jobert Gaigher
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O SYNCLAVIER: Junto com o sintetizador Fairlight, o Synclavier, feito pela New England Digital em 1975, foi um dos primeiros teclados que permitiram músicos a tocar com sons sampleados digitalmente através de computadores. Além da inovação em termos de timbres, como por exemplo sua capacidade de reproduzir a voz humana ou qualquer coisa dentro do alcance de um microfone, uma coisa realmente surpreendente que marcou a história do Synclavier, foi o seu altíssimo preço, chegando na época a quase meio milhão de dólares.
Um dos samplers mais famosos da história da música POP, o gongo eletrônico do início de “Beat It” de Michael Jackson, foi feito em um Synclavier. Seria interessante um banco exclusivo de timbres….